Com soluções inovadoras e histórias inspiradoras, nove equipes do Sesi-SP embarcam para o principal campeonato de robótica educacional do mundo, levando robôs, ciência e transformação social
Por: Elaine Casimiro, comunicação Sesi-SP
14/04/202517:47- atualizado às 17:47 em 14/04/2025
A robótica educacional brasileira tem um algo especial a comemorar. Nove equipes do Sesi-SP foram classificadas para o Mundial da FIRST, a maior competição de robótica estudantil do planeta, que acontece de 16 a 19 de abril em Houston, nos Estados Unidos. Os 81 estudantes representarão a delegação brasileira e o Sesi e Senai São Paulo com projetos que vão muito além da programação de robôs – levam inovação, propósito social e paixão pela ciência.
As equipes conquistaram as vagas após se destacarem no Festival Sesi de Robótica, realizado em Brasília, e no primeiro torneio regional São Paulo da FIRST Robotics Competition (FRC), que ocorreu no Sesi da Vila Leopoldina. A conquista é histórica, pois trata-se da maior delegação paulista já enviada ao campeonato.
Foto: Karin Kahn / Sesi-SP
Na modalidade FIRST Lego League (FLL), que desafia estudantes de 9 a 15 anos a resolverem problemas da sociedade com base no conceito STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), três escolas do Sesi-SP garantiram vaga: em Jundiaí, a Heroes; Barra Bonita, a Biotech e Igaraçu do Tietê, a Wise Foxes.
A equipe Heroes, de Jundiaí, criou o SmartReef, um equipamento automatizado para otimizar a extração de corais invasores no fundo do mar — um problema ambiental cada vez mais urgente.
“Baseado na dificuldade que os mergulhadores têm para extrair corais invasores, desenvolvemos uma solução automática: um extrator que reduz o tempo e o esforço necessário para a remoção. Atualmente, as ferramentas utilizadas, como marreta e talhadeira, não são suficientemente eficientes e podem até trazer riscos aos mergulhadores”, explicou João Victor Nunes, integrante da equipe.
Com apenas 13 anos, a estudante Ana Clara Cergal não esconde a emoção de participar do Mundial. “Com certeza, todo o trabalho que desenvolvi nessa temporada é algo que eu nunca imaginei viver com 13 anos. Pesquisei sobre oceanos, sobre as espécies marinhas, eu acho isso incrível”, contou.
Foto: Karin Kahn / Sesi-SP
Na modalidade FRC, voltada ao Ensino Médio, os desafios são ainda maiores: construir robôs de porte industrial para enfrentar partidas em arenas, em alianças com outras equipes. Ao todo, seis escolas do Sesi-SP e Senai-SP vão disputar a competição: de Jundiaí, a Megazord; de Taubaté, a Sharks; de Indaiatuba, a Mega Harpy; da unidade Ipiranga/Brás, Robonáticos; de São José do Rio Preto, a RPRT Hawks e de Bauru, a Octopus.
A equipe Megazord, de Jundiaí, se destacou nas duas competições — em Brasília e na regional de São Paulo — ao receber prêmios que reconhecem o alto desempenho técnico do robô e sua excelência em engenharia, como um dos melhores robôs do Brasil.
“Ficamos muito honrados, porque participamos de todo o processo de construção do robô, que levou apenas dois meses. Conseguimos um resultado incrível que nunca imaginamos alcançar, e nada disso seria possível sem o apoio do Sesi São Paulo”, afirmou Sofia Dutra.
Foto: Karin Kahn / Sesi-SP
Já os Robonáticos, do Ipiranga/Brás, celebram a classificação com o reconhecimento do Impact Award, um dos prêmios de maior prestígio da competição. “A sensação de conquistar a vaga é única. O prêmio que tanto sonhei se tornou realidade, e agora nosso time tem a chance de mostrar o impacto que tivemos em todos os países por onde passamos”, contou Ana Karine Costa.
O projeto é voltado para meninas de 12 a 16 anos, que são capacitadas a utilizar de forma autônoma o Gear Up, um programa de educação e divulgação cientifica criado pelo time, e já impactou mais de 110 mil pessoas. “Com a robótica, aprendi diversas coisas, inclusive a melhorar meu inglês. Estou vivendo experiências que nunca imaginei vivenciar”, completou Ana Karine.
Para a equipe RPRT Hawks, de São José do Rio Preto, esta é a primeira vez no Mundial e a conquista veio com emoção em dobro. “Chegar como finalistas foi muito significativo para nossa equipe, que ainda é nova. Estamos só no segundo ano de atuação em torneios. Conquistar essa vitória com nosso robô era um sonho”, disse Ana Elisa Navarro.
Foto: Karin Kahn / Sesi-SP
O projeto social da equipe nasceu de uma história real e comovente. “Criamos o robô Listener, inspirado na filha de um de nossos mentores que, infelizmente, faleceu. Caso tivesse sobrevivido, enfrentaria desafios motores. Pensamos nela — e em todas as crianças com deficiência motora ou intelectual — para desenvolver um robô que usa comando de voz para ensinar lógica de programação. Criamos um aplicativo no qual a pessoa clica num botão e o robô armazena os comandos, criando sequências lógicas. É nossa maior inovação”, explicou.
A equipe Octopus, de Bauru, também apresentou uma proposta de impacto com o projeto STEAM for All. “Percebemos nas nossas oficinas a necessidade de algo mais concreto para levar STEAM de forma acessível à comunidade. Criamos o Octobook, um material didático com três módulos (aerodinâmica, musicalidade e eco sustentabilidade) com atividades em níveis progressivos. A ideia é acolher os alunos e acompanhar seu desenvolvimento”, explicou Ana Clara Sanches.
Foto: Karin Kahn / Sesi-SP
E de Taubaté, vem o espírito de luta da equipe Sharks, que disputará o Mundial pela primeira vez. “Vamos competir com as melhores equipes do mundo e estaremos com toda a garra e determinação de um tubarão para trazer o título para o Brasil e para o Sesi São Paulo”, celebrou Daniel Romão.
Com a presença de nove equipes no Mundial, o Sesi-SP reafirma seu compromisso com a formação de jovens protagonistas, capazes de transformar a realidade por meio da ciência, da tecnologia e de projetos que conectam empatia e inovação. Uma geração que já está moldando o futuro e que agora mostra seu talento para o mundo.
Foto: Karin Kahn / Sesi-SP